18 junho 2009

Nós, ordinários

A gramática que eu uso hoje, uma edição de 2001 do Paschoal, pertencera a meu irmão até a época em que eu a adotei, durante o ensino médio. Hoje à tarde, enquanto uma dúvida me tinha a incomodá-la, deparei-me com um trecho que meu irmão destacara que achei impactante. Na hora até gargalhei, mas não culpo quem achar banal. Trata-se de um tópico que menciona e explana as qualidades da boa linguagem e o item em questão é o sétimo, a nobreza.

Nobreza. Essa virtude manterá o escritor à distância dos plebeísmos que aviltam a linguagem e dos termos chulos e torpes que a enxovalham. Os que, em nome de um pretenso realismo, semeiam os seus escritos de obscenidades e se detêm na descrição de cenas lúbricas, não fazem senão prostituir a arte literária e atentar contra a nobreza e a dignidade da palavra humana. A arte não dispensa o véu do pudor e do decoro.

Não estou tomando partido na opinião puritana, mas que defesa fina e enérgica! Não lhes parece obra de um supervilão? Que embriaguez de elegância! Escritos desse estilo sempre fazem eu escolher algumas expressões e pensar onde poderia adotá-las cotidianamente.

5 comentários:

gustavo disse...

Bah, hahaha, não sabia da existência desse teu blog.

Espero que a minha família não seja mais uma das referências tenebrosas que você possui do leste europeu.

Relacionei-te ao meu. Abraço.

Carolina disse...

Ainda bem que engenheiro civil também pode ser escritor (:

Natália A. disse...

Preciosismos!

Nayara Gonzalez disse...

eu,por exemplo, uso "supracitado" e "imbuído de toda a sua significação" sempre que posso. hehehe

camila schmitt disse...

dia desses vi na tv uma foto da carteirinha de reservista do ferreira gullar, muito parecida com essa do seu perfil. procurei no google pra te mandar e tudo, mas não tive sucesso.

e cê, vem pra cá nas férias?
(arruma meu nome ali, porra)