O violoncelo investia contra o piano
O piano cantava uma paisagem meso-européia.
A paisagem, um dia,
visitou a retina
dos olhos de um compositor que eu desconheço.
E eu estava no fogo-cruzado entre essa
e as canções-colagens marginalizadas,
executadas por um passageiro,
que cantavam o triunfo dos sons digitais.
A retina jamais cheirara gasolina.
E seu finado portador nada poderia
contra a música comprimida.
Nem mesmo recorrer ao homem de terno,
cheio de boa vontade e inocência,
que um dia,
dentro de um gabinete da prefeitura,
decidiu que nos ônibus da cidade se tocaria música erudita.
26 julho 2009
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2 comentários:
que elegante e jocoso
mas, antes que me esqueça, fez minha alegria ver a sheila mello na banheira como um gato molhado.
melhor música erudita que sertanejo, não?
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